A obra propõe olhares multifacetados para conjuntos de prédios e casas localizado no distrito de Artur Alvim, conhecido como Cohab l.
A Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo, a partir do final da década de 1970, deslocou pessoas de várias partes da cidade para morar em três grandes conjuntos habitacionais: Conjunto Padre José de Anchieta, Conjunto Padre Manoel da Nóbrega e Conjunto Padre Manoel de Paiva. Eles foram erguidos a fim de suprir a grande demanda por habitação popular, algo frequente em nossa cidade, que não possui estrutura urbana de bairro e equipamentos de serviços públicos.
A iniciativa para a produção do livro partiu de um grupo de ex-moradores que mantém forte relação com o local e que traz na memória as lutas e conquistas das primeiras décadas de ocupação, as dificuldades encontradas e as batalhas travadas com o poder público para trazer as diversas melhorias de que os atuais moradores desfrutam ainda hoje.
Foram convidados pesquisadores cujas visões nos revelam diferentes facetas desse que foi um dos primeiros conjuntos habitacionais da zona leste de São Paulo, e que trazem em suas escritas as experiências vivenciadas no território sob a perspectiva das discussões contemporâneas no campo da memória e da cidade.
O livro ainda é composto de imagens de três jovens fotógrafas que percorreram as ruas da Cohab com suas câmeras e olhares curiosos, procurando entre os condomínios, casas e ruas as particularidades do território.
Informações técnicas
Organização: Julio Cesar J Marcelino
Ano lançamento: 2019
Formato: 16 × 23 cm
Acabamento: Brochura
Páginas: 144
Distribuição
O livro foi distribuído gratuitamente para universidades, centros de pesquisa, arquivos públicos e pesquisadores interessados.
Onde ler
O livro poderá ser acessado por meio de empréstimo em qualquer biblioteca pública municipal da cidade de São Paulo.
Como adquirir
A publicação poderá ser adquirida gratuitamente. Basta solicitá-la via e-mail:
movimentoculturalpenha@gmail.com
os autores
Lucas Florêncio Costa é historiador pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Pela mesma instituição, possui certificação em Patrimônio Cultural. Participou de alguns projetos expográficos (na concepção e na pesquisa de exposições) e trabalhou como mediador/educador patrimonial em museu. Desde 2014, vem participando de projetos vinculados à questão patrimonial, realizando levantamento histórico, pesquisas e outras ações. É membro do Grupo Ururay – Patrimônio Cultural.
Mauricio Dias Duarte é historiador formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e já atuou na área de pesquisa pelo Programa de Educação Tutorial (PET), tendo desenvolvido projetos em instituições públicas e particulares na modalidade de extensão. Na área de preservação documental, realizou projetos junto à Fundação Energia e Saneamento para o trato e o desenvolvimento de ferramentas de pesquisa no acervo histórico da Sabesp. É membro do Grupo Ururay – Patrimônio Cultural.
Tiaraju D’Andrea é músico, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) no campus Zona Leste/Instituto das Cidades e coordenador do Centro de Estudos Periféricos (CEP). É pós-doutor (2014-2018) em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador convidado da Université Paris VIII, França (2017-2018), além de pesquisador convidado da École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), Paris, França (2016-2017).
As Fotógrafas
Camila Marques Torres é formada em Arquitetura e Urbanismo. Nasceu em São Paulo, capital, onde desenvolve e participa de projetos com comunidades e ONGs que permitiram abrir mais uma janela para sua fotografia, sempre buscando uma abordagem humanista. Memória, ancestralidade, povos, manifestações culturais, narrativas e ocupação do espaço urbano são temas que ela procura documentar. Através da fotografia de rua, documental e humanitária, Camila mostra a beleza das pequenas coisas e o poder das histórias.
Juliana Gonzaga nasceu e se mantém até hoje no Itaim Paulista, bairro da zona leste de São Paulo. É fotógrafa formada pela escola Panamericana de Arte e jornalista pela Universidade Anhembi Morumbi. Produziu o foto-livro Encontros Nordestinos – A Presença Nordestina em São Paulo, no qual apresenta, de maneira sensível e empática, a história de nordestinos que fixaram residência na capital paulista – trabalho que foi muito bem recebido entre pesquisadores da área. Apaixonada por registrar momentos espontâneos e reais, dedica hoje seu olhar às fotografias urbanas e à arte independente.
Merylin Esposi Nunes sempre teve uma ligação muito forte com a arte, tendo estudado música desde muito jovem. Com a fotografia, começou registrando cenas do cotidiano, fez retratos e eventos e desenvolveu-se no nicho de fotografar artistas e músicos. Um destaque de seu trabalho são os registros de pessoas em situação de rua. Já teve seu trabalho divulgado em meios como o Catraca Livre e exposto em Frankfurt, na Alemanha, em 2018. Para além de registrar a vulnerabilidade das pessoas nessa situação, o objetivo é suscitar uma reflexão de o quanto nós, que vivemos em uma situação um pouco mais confortável, poderíamos nos identificar com as histórias, as virtudes e as fraquezas dessas pessoas.